Rena mandando um "que porra é essa", na largada mais ridícula da história da PKL.
Foto: Wesley Emes
A Mônaco da PKL não saiu ilesa em sua corrida de estreia como etapa oficial no campeonato, a geração mimimi fez o seu melhor e o champs segue indefinido.
A estreia da Speedland na Paulista Kart League deixava alguns ânimos apreensivos. “Acho que vai ser difícil resistir a uma breja depois da corrida”, comentava Filipe Fernandes, piloto da Vaca H, no paddock.
O tempo nublado e a impossibilidade de realizar a corrida com os karts de competição não abalaram as certezas de uma corrida difícil e de um bar no final. “Se não der corrida, dá chopp”, compartilhava sua opinião o piloto Alexandre Gregoski, da Blue Turtle.
A pista havia sido reestruturada e, mesmo com suas curvas travadas e com a proximidade das barreiras de pneus, o tempo de volta estava mais rápido do que de costume. “Aqui é a Mônaco da PKL, não tenho dúvida”, disse aos repórteres Fernando Vivaldini (VH).
A corrida
Luzes verdes apagadas! Não... péra... bandeira agitada! Nah, nam...mãozinha balançando, no esquema flanelinha nos arredores do sambódromo em dia de festival! Aí sim! Os pilotos largam em ritmo de lesma até a distante curva 1, a uns 30 centímetros da pole de Rena Lombardero, da Miltão.
Dante Arnaes, da Pé de Pano, largou bem e assumiu a liderança da prova enquanto seu companheiro, Ricardo Garcia, tomava a P7 de Bruno Ratão (M2R). O piloto roedor logo seria ameaçado também por Henrique Sigoli, da #07 Bomba Bala.
Confira as disputas da PKL-E08. T-2016.
Tempo: coloque desde o início.
Vídeo: on-board Bruno Ratão (M2R)
O piloto da 7BB retardou sua freada e conseguiu colocar seu kart por dentro do cotovelo da curva 8. Os karts ficaram lado a lado, Ratão conseguiu se manter por dentro da próxima curva, mas Henrique levou a vantagem na curva 10.
Carlos Eduardo, da Hot Rods, se aproveitou da disputa e tomou de passagem a posição de Ratão, enquanto seu companheiro, Rena Lombardero, atentou sobre a liderança de Dante, mas sem grande sucesso.
Cadu não teve bom rendimento na reta oposta e favoreceu a aproximação de Ratão. Ele antecipou sua defesa e o roedor ficou com a parte suja da pista para melhor proveito de Vivaldini, que se colocou por dentro da tomada da curva 5 para tentar assumir a décima posição.
Big One
Neste exato momento e local, Silvério Reis (EHR) roda na saída da curva e na entrada do túnel. Cadu, Vivaldini e Ratão conseguem passar ilesos, mas o pelotão que vinha logo em seguida não tem a mesma sorte e gera o primeiro Big One do ano.
Gregoski tenta evitar o contato com Silvério, mas roda. Nicolas Smith (JKR), que vinha logo atrás bate na barreira de pneus e Rafael Nascimento (WRT), que estava em disputa com Filipe e que havia sido pressionado para parte externa da curva, não consegue evitar a colisão com o kart de Gregoski.
Não deixe de ver o Big One PKL-E08. T-2016.
Tempo: coloque desde o início.
Vídeo: on-board André Macmed (RBR)
“Assim que houve a batida, meu kart quebrou... Basicamente fim de prova, já que tive que voltar todo o caminho para buscar outro kart”, comentou Gregoski. O gaúcho da BTR disse também que não têm lido o Boletim por estar ocupado com suas aulas de balé clássico, seu curso de cabeleireiro e os compromissos do trabalho como modelo, atriz e vereadora de Cruz Alta.
Da mesma forma, o resultado final foi ruim para Nascimento. “Meu kart já estava com um rendimento duvidoso e, depois do incidente, só piorou. Cheguei a trocar de kart duas vezes, mas nada. Horrível...”, desabafou o piloto da WRT.
Uns bons, outros ruins
O baixo desempenho dos karts foi sentido também por André Macmed, da Rock Beer Racing. “Não tinha potência. Como a pista era difícil, minha estratégia foi evoluir na corrida sobre o erro dos demais”, comentou o RBR, que conseguiu assumir oito posições ao longo da corrida.
Rena foi quem mais sofreu com seu kart. “Havia algo de errado com ele. Quando esterçava, o kart não respondia, mal virava, e com isso foi prejudicando minha tomada de tempo.” Ao aproveitar melhor esta situação, Rodrigo Klauss (JKR) e Victor Marcolino (RBR) conseguiram se aproximar do piloto da M2R e logo assumiram a P2 e a P3.
Rena Lombardero (M2R) luta contra seu próprio volante!
Foto: Wesley Emes
Em situação oposta, Henrique aproveitou o bom rendimento de seu kart e escalou o resto do pelotão. O piloto da 7BB assumiu rapidamente a P5 de Fabio Ito (N2Y) e, logo em seguida, a P4 de Rena, ao se colocar por dentro na curva 6.
Um pouco mais atrás, Ratão aproveita a falta de potência de reta do kart de Cadu e assume a P7, enquanto o bom rendimento de Filipe o faz assumir quatro posições e logo chegar em seu companheiro de equipe, Vivaldini, para disputar a P9.
Jogo de equipe
Ainda na primeira metade da corrida, Ratão se aproximou de Rena. Neste momento, o chefe de equipe da M2R solicitou por rádio que ele facilitasse a ultrapassagem de seu companheiro. “Quando vi o Ratão, só abri. Não tinha o que eu pudesse fazer com o kart ruim daquele jeito”, comentou ele.
Já Vivaldini, com um kart nem bom nem ruim, não percebeu que seu companheiro se aproximava e ficou várias voltas à sua frente. O chefe de equipe disse que o rádio falhou, mas testemunhas disseram que viram Vivaldini desplugando o cabo de comunicação.
Mesmo assim, Filipe ajudou seu companheiro em uma ultrapassagem, empurrando-o no final da reta, dando o impulso necessário para uma ultrapassagem limpa. Filipe finalmente consegue fazer a ultrapassagem sobre seu companheiro algumas voltas depois.
Fernando Vivaldini e Filipe Fernandes, da Vaca H, em sua dancinha de equipes.
Foto: Wesley Emes
“Meu parceiro estava rápido, não me atrapalhou e até me ajudou, pois copiei o parte do traçado dele, que era melhor que o meu”, disse Filipe. “Se eu tivesse visto que era meu parceiro, tinha facilitado a ultrapassagem”, disse Fernando desviando o olhar do repórter.
Definições
Mais à frente, Henrique começou a assediar a P3 de Victor Marcolino. Em uma manobra mais ousada, o piloto da 7BB se colocou por dentro da curva 3 e espalhou, obrigando o piloto da RBR a abrir de mais a curva e fazendo-o se chocar lateralmente com a barreira de pneus. Alguns expectadores disseram que Sigoli tocou em Victor, tirando-o da pista, outros não quiseram se comprometer.
“O que esse #$%@ está fazendo! Digam isto ao Bernie! Não pode deixar isto passar não!” berrou ao rádio Victor Marcolino, usando mais alguns adjetivos. “Deu para ouvir ele berrando!”, disse Ratão. “Ele deve ter gritado muito alto, porque tem o barulho do kart, o capacete dele e o meu, e eu ouvi letra por letra.”, completou o piloto da M2R, que também se aproveitou da situação para tomar mais uma posição.
Os invejosos dirão que a pintura na viseira do Rodrigo Klauss (JKR) é reflexo da pista!
Foto: Wesley Emes
Pouco se importando com opiniões alheias, Henrique seguiu e se aproximou dos líderes, no mesmo instante em que Rodrigo Klauss (JKR) tentava assumir a liderança da porra toda.
O piloto da JKR buscou se aproveitar de uma espalhada de Dante na curva 8, mas foi surpreendido por Henrique enquanto tentava retomar sua velocidade na saída de curva. Ambos estavam mais rápidos do que o líder naquele momento.
No fim, o piloto da SPP cedeu à pressão e errou a tomada da curva 15 para melhor proveito de Sigoli, que assumiu a liderança da corrida após subir 13 posições. Klauss se aproveitou também do erro de Dante e se colocou por dentro da curva 1, para assumir a P2.
Henrique Sigoli (7BB) já mira na traseira de Fabio Ito (N2Y) Uiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiii!
Foto: Wesley Emes
Logo em seguida, também Ratão passou pressionar o piloto da SPP, mas Dante, mais esperto então, passou a adiantar sua defesa. “Onde eu conseguia colocar de lado, não era permitido ultrapassar. Então era obrigado a recolher.”, comentou o piloto da M2R em entrevista coletiva. “O túnel era uma constante bandeira amarela, e era onde eu era mais rápido”, completou.
A defesa de Dante e o melhor desempenho de Filipe logo fizeram com que este se aproximasse da disputa pelo pódio.
Na saída da curva 4 para a reta oposta, Filipe conseguiu se colocar pela parte interna e assumiu a P4 de Ratão. Na volta seguinte, o piloto da VH ultrapassou Dante por fora na reta oposta, sem chance de defesa, para assumir a P3. “A retomada do meu kart estava muito boa. Tinha muita potência.”, comentou ele após o pódio.
Mais à frente, Henrique conquistava sua segunda vitória na categoria. “Mais uma, caramba que corrida! Resultado excelente!”, disse aos repórteres, assim que saiu de seu kart.
Pódio fofo! Klauss com sua filha cuti cuti e dois marmanjo feios pacas.
Foto: Wesley Emes
Já Klauss conseguiu seu primeiro pódio. “Estou muito contente de conseguir este resultado hoje. Trouxe minha família e pude homenageá-la com esta conquista.”, declarou o piloto da JKR.